Pinus pinaster – Pinheiro-bravo

grupo de pinheiros-de-alepo – Pinus halepensis
Pinus halepensis – Pinheiro-de-alepo
15 Abril 2016
hábito, pinheiro-manso – Pinus pinea
Pinus pinea – Pinheiro-manso
15 Abril 2016

Pinheiro-bravo

 

Família: PINACEAE

Nome científico: Pinus pinaster Aiton.

Publicação: 1789

Grupo: conífera perene

Nomes vernáculos: pinheiro-bravo, pinheiro-marítimo

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Hábito: conífera de porte mediano a grande, de 20 a 30 m de altura, podendo chegar aos 40 m. Copa piramidal nas árvores jovens, arredondada, rasa, achatada ou irregular na maturidade com alto fuste esguio, por vezes flexuoso na base, e caduco em cerca dos 2/3 nas adultas. Ritidoma espesso, castanho-escuro e profundamente fendido; ramificação verticilada, densa; os ramos quando jovens são muito espaçados e amplos e os raminhos são glabros, vermelho-escuros ou verde-claros.

 

Folhas: folhas persistentes, em forma de agulhas (aciculares), agrupadas aos pares com 10 a 20 cm de comprimento, frequentemente torcidas, encurvadas em goteira, robustas, rígidas, pungentes, luzidias, de cor verde-acinzentadas.

Flores: floração monóica. Flores masculinas dispostas em inflorescências douradas, com forma de espiga, agrupadas lateralmente ao longo do terço inferior dos raminhos novos; flores femininas vermelho-róseas dispostas em grupos de 3 a 5 na extremidade do rebento anual. Floresce abundantemente em Fevereiro e em Março.

Frutos: as pinhas ou cones, são pendentes sobre curto pedúnculo, de forma oblongo-cónicas, simétricas ou quase simétricas, castanhas claras e brilhantes quando maduras, marcescentes. As escamas possuem escudos proeminentes e providos de um mucrão saliente sob as quais se encontram  duas sementes. A pinha só amadurece no final do Verão do segundo ano, libertando numerosas sementes com uma asa, vulgarmente designada por penisco, de 6 a 8 mm de comprimento.

Frutifica geralmente a partir dos 15 anos, muitas vezes menos.

Gomos: volumosos gomos ovóides castanhos, sem cobertura resinosa, com escamas cobertas de pêlos esbranquiçados.

Ritidoma: espesso e profundamente fendido, de cor castanho-escuro no exterior e avermelhado nas camadas internas.

 

Habitat: essência heliófila, muito frugal que possui um sistema de enraizamento profundo. Excelente pioneira em solos degradados, mas calcífuga prefere-os siliciosos, soltos e arenosos. Exige abundante precipitações, calor e humidade atmosférica; resiste bem à seca e às geadas e frio, desenvolve-se até  cerca de 1000 m de altitude.

Encontra-se naturalmente misturado com o pinheiro-manso, a azinheira, o sobreiro, assim como outros carvalhos e plantas calcífugas .

Árvore de crescimento  rápido, mas de longevidade média, não indo muito além dos 200 anos.

Propagação: propaga-se unicamente por semente.

 

Distribuição geográfica: originária do Sudoeste da Europa e Norte de África. Tem uma distribuição muito espalhada pela bacia mediterrânica, povoa os litorais atlânticos da Península Ibérica e de França.

Em Portugal: primitivamente era uma espécie espontânea na faixa costeira sobre solos arenosos a norte do Tejo, onde encontra as condições fito-climáticas ideais: humidade atmosférica e influência atlântica, mas actualmente, devido à acção do homem está presente por todo o País, existindo abundantes povoamentos estremes no Norte e Centro, (distritos de Viseu, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Santarém), que com uma superfície de 812 000 hectares plantados, representam 62,5% da área total do pinheiro em Portugal; penetra até Trás-os-Montes e Beiras, e na faixa litoral desde o Minho até à Península de Setúbal.

 

Usos: essência florestal de grande interesse económico foi abundantemente plantada no século XIX, pois proporciona uma grande produção de madeira. Protege contra o vento, e devido ao seu enraizamento radical aprumado e profundo fixa as dunas, além de permitir a recuperação de solos pobres e erodidos.

A madeira, resinosa, clara, avermelhada ou castanho-avermelhado, com abundantes nós é durável, pesada e pouco flexível. É utilizada em mobiliário, pavimentos, postes, cofragens, caixotaria, aglomerados, carpintaria, construção naval, combustível e celulose.

 

Extrai-se do pinheiro-bravo a resina, pez, usada na indústria de tintas, vernizes e aguarrás. O ritidoma do tronco é rico em tanino e usado no curtimento de peles.

Actualmente, o pinheiro representa cerca de 40% da área florestal, ou seja 1 300 000 hectares em todo o País, quer em povoamentos puros, quer em mistos dominantes.

Cena Rural

Até à década de 70, o pinheiro tinha na vida da população rural uma grande importância económica. Com efeito, era comum cortar a lenha, (trancas mortas e pinhas) com a ajuda de uma vara, no extremo da qual havia um podão, para com ela cozer os alimentos e aquecimento durante o Inverno. As  agulhas, a que se dá, conforme a região, o nome de caruma, carumba, sama… era apanhada com ancinho, e disposta em feixes depois transportada para casa onde era utilizada para atear o lume. Via-se assim nos campos e caminhos, burros e por vezes homens e mulheres, transportando ora feixes de lenha e de sama, ora sacas de pinhas.

Esta recuperação do material lenhoso, para o consumo doméstico, pouco alterava o equilíbrio ecológico da manta morta, tirando um menor enriquecimento do solo com a decomposição dos restos vegetais.

 

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