Taxus baccata – Teixo

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Teixo

 

Família: TAXACEAE

Nome científico: Taxus baccata L.

Publicação: 1753

Grupo: conífera perene

Nomes vernáculos: teixo

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Hábito: árvore perene de 8 a 10 m que excepcionalmente pode atingir 15-20 m de altura, frequentemente tem porte arbustivo; muito ramificada desde a base com copa densa; se isolada, tem forma piramidal ampla com ramos grossos, compridos, flexíveis e horizontais, raminhos ascendentes; tronco recto, canelado, por vezes irregular.

Folhas: aciculares, pontiagudas, mas não picantes, flexíveis, lineares, glabras, achatadas, de 1-3 cm de comprimento e 1-2,5 cm de largura, verde-escuras na página superior e com duas listras verde-amareladas na página inferior; dispostas em alinhamento paralelo, falsamente dísticas, visto terem inserção helicoidal nos raminhos mas torcem o pecíolo de forma que os limbos fiquem horizontalmente paralelos entre si em duas fiadas, permanecem cerca de 5-7 anos.

Flores: espécie dióica, floresce entre Março e Abril. As flores masculinas, muito numerosas, emergem, inclinadas para baixo, individualmente nas axilas das folhas, de forma esférica, amareladas, solitárias, providas de 6-14 estames, e as flores femininas, pendentes e pouco visíveis, verdes, aos pares ou solitárias, na extremidade dos raminhos, contêm um óvulo rodeado de brácteas.

Frutos: os pés femininos dão nos finais do Verão e durante o Outono do mesmo ano um falso-fruto, com uma só semente, ovóide, também tóxica, de 6 a 7 mm envolvida por um arilho ou arilo carnudo (este não tóxico), escarlate ou alaranjado consoante as diferentes variedades, doce e nutritivo é muito apreciado por aves frugívoras que por sua vez disseminam as sementes do teixo.

Gomos: muito numerosos, estes são ovóides, pequenos, escamosos, verde-amarelados.

Ritidoma: castanho-avermelhado, liso quando jovem, torna-se escamoso, sulcado e com o envelhecimento, esfolia-se em tiras e finas placas.

 

Habitat: espécie com crescimento lento, que na Europa, ocupa o sub-bosque de florestas mistas de folhosas; tolera zonas umbrosas assim como a plena luz, mas exige atmosfera e solos húmidos com ou sem acidez. Suporta bem o frio, mas é sensível às geada tardias.

Desenvolve-se até cerca de 1500 m de altitude.

Árvore de crescimento lento com uma longevidade de 1500-2000 anos, ou mais.

Frutifica a partir de 10-30 anos

Propagação: propaga-se por semente, por rebentação da toiça e também por estaca.

 

Distribuição geográfica: é originária da Europa, Norte de África e Sudoeste da Ásia.

Em Portugal: bem adaptada aos climas temperados frios ocorre espontaneamente no nosso País nas zonas de nível montano, a altitudes superiores a 1000 metros e em bosques preferencialmente húmidos, como nas serras do Centro e do Norte, onde se encontram algumas centenas de pés, isolados ou em pequenos núcleos sobretudo no Gerês e na Estrela, presente nos arquipélagos.

 

Usos: utilizado em coberto florestal, sebes e arte da topiária pois suporta bem a poda e como árvore ornamental devido ao contraste do verde-escuro das folhas com os numerosos arilos vermelhos, faz um belo efeito que perdura uma parte do Inverno.

Apresenta uma bela madeira com cerne castanho rosado, resistente, flexível, bastante dura, de boa qualidade. É aproveitada no fabrico de peças de mobiliário, em torneados, esculturas; marchetaria…, enquanto que as suas raízes servem para fazer os arcos de violino; é também apreciada por imitar o ébano quando tingida de preto. Pode-se dizer que as suas características mecânicas e físicas: homogeneidade, madeira pesada e imputrescível, perspectivam utilizações ímpares que deveriam promover a plantação em maior número de teixos, que se justifica igualmente pela sua exploração intensiva em grandes manchas da Europa, zonas das quais praticamente desapareceu.

 

Com excepção dos frutos (arilo carnudo vermelho), todas as partes verdes do teixo possuem um alcaloide tóxico, a taxina, que o torna perigoso, tanto para os animais como para os homens. Característica que explicam a sua destruição sistemática de há séculos para cá. Tal acção do homem colocou a espécie em vias de extinção, e por isso deve-se ter cuidado em não colher ou danificar sujeitos no seu meio natural.

Se a taxina é tóxica para os homens e outros animais, esta substância tem sido utilizada na luta contra o cancro. O que mais uma vez ilustra, a necessidade absoluta de preservar a biodiversidade.

Resistente à poluição urbana

Os Outros Teixos

As Taxáceas representam um ramo evolutivo das essências lenhosas coníferas que se diferenciaram muito cedo dos outros grupos. O apogeu da sua evolução situa-se na Era Terciária e do que existiu, pouco chegou ao presente. Actualmente, este género apenas tem uma dezena de espécies, que alguns especialistas consideram como sendo variações geográficas de uma raça colectiva sobrevivente da dita Era: teixo-do-canadá (Taxus canadensis),  teixo-do-pacífico (Taxus brevifolia), teixo-do-méxico (Taxus globosa), teixo-da-flórida (Taxus floridana), teixo-do-japão (Taxus cuspidata), teixos chineses (Taxus chinensis e Taxus wallichiana) e o teixo-comum (Taxus baccata).

O teixo Faz parte da Ordem das Gimnospérmicas, (as sementes estão « nuas », ou seja, não ficam encerradas em frutos), a mesma que as coníferas, só que o teixo nem produz cones, nem é resinoso.

Na Idade Média utilizava-se a madeira de teixo na construção de bestas e no fabrico de arcos e de flechas.

Caso raro numa coníferas, as estacas do teixo são arbustivas, o que facilita a propagação desta espécie, designadamente por « mergulhia ».

Devido à sua longevidade e à sua toxicidade que proíbe o acesso dos cemitérios ao gado, o teixo-da-irlanda orna tradicionalmente muitos dos cemitérios dos países do norte da Europa, Irlanda, Inglaterra, Bélgica, França…

 

 

 

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