Laurus nobilis – Loureiro

sabina-da-praia, gálbulas maduras (frutos) – Juniperus turbinata subsp. turbinata
Juniperus turbinata – Sabina-da-praia, Zimbreiro
14 Abril 2016
grupo de pinheiros-de-alepo – Pinus halepensis
Pinus halepensis – Pinheiro-de-alepo
15 Abril 2016

Loureiro

 

Família: LAURACEAE

Nome científico: Laurus nobilis L.

Publicação: 1753

Grupo: folhosa perene

Nomes vernáculos: loureiro, loiro, louro

.

Hábito: o loureiro é uma pequena árvore de folha perene, de 5 a 10 m de altura, podendo atingir 20 m, com uma copa ovada, densa e algo irregular, mas se isolada tem porte piramidal. Tronco erecto com o ritidoma normalmente liso. Ramos erectos; raminhos delgados e glabros.

 

Folhas: folhas odoríferas com curto pecíolo, oblongas, agudas ou acuminadas, de 8 a 10 cm de comprimento e 4 cm de largura, alternas, têm as margens ligeiramente onduladas, nervuras secundárias pouco salientes, coriáceas, glabras  e luzidias nas duas faces, verde-escuras na página superior e verde-pálido na inferior. Aroma característico da planta devido à presença de glândulas aromáticas.

Flores: espécie dióica. As flores masculinas são amareladas e as femininas amarelo-claro, ambas dispostas por grupos de 4-6, em umbelas curtamente pedunculadas nas axilas das folhas. Abundante floração entre Fevereiro e Maio.

Frutos: as bagas, drupas ovóides (8-12 mm), verdes brilhante de início ficam negras uma vez maduras, no princípio do Outono (Outubro-Novembro). Persistem durante o Inverno, não são comestíveis.

Gomos:

Ritidoma: normalmente liso, cinzento ou enegrecido, tornando-se verrugoso com a idade.

 

Habitat: é chamada uma “árvore de plena luz”. Característica do clima mediterrâneo, existe em toda esta área, até à Ásia Menor.

Prefere climas amenos sem geadas prolongadas, teme o frio, não indo além dos 800 m de altitude. Embora pouco exigente quanto ao tipo de solo, prefere-os não calcários, leves e frescos, mas é comum em terrenos secos e mesmo pedregosos.

Vive cerca de 100 anos.

Propagação: propaga-se por semente e rebenta bem pela touça e raízes.

 

Distribuição geográfica: originária da região mediterrânica.

Em Portugal: tornou-se espontâneo no território nacional, sob clima ameno e com alguma humidade, sem geadas prolongadas, e por conseguinte, ausente das zonas montanhosas.

 

Usos: planta muito ornamental e aromática. As suas flores também são perfumadas.

As folhas são utilizadas como condimento culinário.

Madeira branco-rosa, dura, pesada, com um agradável cheiro, mas de pouca longevidade é no entanto utilizada em marchetaria.

Apolo e Dafne, a lenda do loureiro

Apolo e Dafnebernini_apollo-dafne

Gian Lorenzo Bernini (1598-1680)

Apolo era o mais belo dos deuses do Olimpo, senhor da Arte, da Música e da Medicina. Ciente da própria beleza e confiante na sua destreza em manejar o arco de prata, matou a terrível serpente Píton, que da sua caverna no Monte Parnaso, assustava todos os habitantes daquela terra.
Conta Ovídio em “As Metamorfoses” que perante a arrogância de Apolo como vencedor de Píton, Cupido decidiu fazer-lhe uma partida. Para lhe mostrar a superioridade das suas flechas, mandou duas, uma de ouro, com o poder de atrair o amor, sobre Apolo, e uma outra de chumbo que afastava o amor sobre a bela ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu. Ferido por Cupido, o deus foi tomado de amor pela ninfa, esta que sempre recusara os pretendentes, horrorizada tentou escapar-lhe, correndo como se asas tivesse nos delicados pés.

Dafne pede ao pai que a salve

Arrastado pela paixão, pela vontade de tocar o ser amado, de beijá-la e dizer-lhe o quanto a amava, Apolo corria como acossado pelas Fúrias.
Desesperada, constatando que o seu perseguidor estava cada vez mais próximo, que as forças começavam a fraquejar, Dafne ao ver o pai entre as árvores pediu-lhe que a salvasse mudando-lhe a forma do corpo para que o impetuoso deus a deixasse em paz. Peneu fez o que a filha pediu…E quando Apolo estava quase a tocar-lhe os cabelos, Dafne sentiu um torpor estranho apoderar-se dos seus membros: o seu corpo revestiu-se de casca, os seus cabelos transformaram-se em folhas, os seus braços mudaram-se em ramos e galhos, os pés cravaram-se na terra, como raízes. Impotente perante a metamorfose da sua amada em arbusto, o loureiro, Apolo abraçou-se aos ramos e beijou ardentemente o tronco, declarando:

– Já que não podes ser minha esposa, serás a minha planta preferida e eternamente me acompanharás. Usarei as tuas folhas sempre verdes como coroa e participarás em todos os meus triunfos, consagrando com a tua verdura perfumada as frontes dos heróis.

Foi assim que o loureiro ficou associado ao belo e luminoso Deus, símbolo do seu amor pela ninfa Dafne.

————————————————————————————————————————-

o aroma das folhas do loureiro,  acompanhou o homem nas suas migrações

Reconhece-se facilmente o loureiro pelo cheiro característico quando se maceram as folhas. Foi este aroma e a utilização culinária das folhas que levou o homem a espalhar o loureiro em toda a Bacia Mediterrânica, não se sabendo hoje ao certo, qual a sua zona de origem.

 

Se pretende partilhar um comentário, colocar uma pergunta à comunidade dos utentes, acrescentar uma informação, ou observação, saiba que é possível fazê-lo; não precisa de se registar neste sítio. Basta digitar a sua mensagem no espaço “iniciar uma conversa“, depois clique no botão enviar e escolha, “Prefiro publicar como convidado”.