Celtis australis – Lódão-bastardo, Agreira

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Lódão-bastardo - Agreira

 

Família: CANNABACEAE

Nome científico: Celtis australis L.

Publicação: 1753

Grupo: folhosa caduca

Nomes vernáculos: lódão-bastardo, agreira, lódão, lodoeiro, ginjinha-do-rei, nicreiro

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Hábito: árvore caducifólia robusta de porte mediano que pode atingir 30 m de altura. Copa arredondada, ampla e muito ramosa, com ramos erectos e raminhos pubescentes, delgados e um pouco pendentes. O fuste é grosso, direito, com ritidoma liso e cinzento.

 

Folhas: simples, alternas, caducas, limbo lanceolado, peninérveo, com três nervuras basilares, assimétricas na base e ápice longamente acuminado curvado e afilado; têm a margem finamente serrada quase desde a base; com um comprimento de 7 a 15 cm e 5 cm de largo; são verde-escuro e ásperas na página superior, verde-acinzentado e pubescentes na inferior.

Flores: floração entre Abril e Maio. As flores amarelas esverdeadas e sem pétalas, hermafroditas ou masculinas, pequenas, solitárias sobre longos pedúnculos, nascem da axila das folhas ao mesmo tempo que estas sobre os novos ramos, têm um cálice com 4-5 sépalas que envolvem cada uma, um estame de antera amarelada; as sépalas são alongadas e livres; as hermafroditas suportam no centro um pistilo ovado que termina em dois estigmas divergentes.

Frutos: é uma drupa esférica, lisa e glabra, mas rodeada de pêlos na base, tem um longo pedúnculo que parte do interior do pecíolo da folha, primeiro verde, depois amarelado ou avermelhado e finalmente roxo negro na maturação  entre  Setembro e Outubro; permanece seguidamente na árvore até ao Inverno e cuja polpa é comestível. A drupa contém uma só semente de 6-8 mm de diâmetro, subglobosa e acastanhada.

Gomos: alternos, cónicos e pontiagudos castanho-esverdeados.

Ritidoma: quase liso, com pequenas saliências nos exemplares mais velhos e de cor cinzento-claro ou esbranquiçado, muito característico.

 

Habitat: espécie meridional de plena luz que aprecia o calor, suporta climas com períodos estivais secos, pluviosidade baixa e possui boa resistência ao vento. Pouco exigente quanto ao solo, aceita-os pobres em húmus, de húmido a seco e pH ácido ou neutro, mas suporta bem os calcários. No entanto, o lódão-bastardo ou agreira, encontra condições óptimas sobre solos ricos e húmidos, como as margens de rios e prados húmidos. Cresce até 900 m de altitude.

Resiste à poluição urbana.

Propagação: propaga-se por semente, (necessita certas condições para germinar), por estacas e rebenta bem da raiz e da touça. Crescimento lento; vive para além dos 500 anos.

 

Distribuição geográfica: árvore nativa do Sul da Europa, Norte de África e Sudoeste da Ásia. Frequente no Sul da Península Ibérica.

Em Portugal: é espontânea no centro e sul do País.

 

Usos: hoje é essencialmente uma árvore ornamental de grande beleza, cultivada um pouco por todo o lado em arruamento, praças e jardins, fim para o qual tem boas características, embora de crescimento lento.

A sua madeira é muito elástica de grão fino, flexível, compacta, resistente, pesada, clara branco-amarelada e acinzentada no centro, boa para marcenaria e para tornear. No passado serviu no fabrico de peças relacionadas com a agricultura: aros destinados às cubas, peças de carretaria…, e no fabrico de carvão. As suas folhas e rebentos podem servir de forragem durante o Inverno.

Oferece uma excelente protecção dos solos, especialmente aqueles com fortes declives devido ao seu denso sistema de raízes.

lódão-bastardo vs. ginjinha-do-rei

A agreira é também chamada ginjinha-do-rei, pois os seus frutos são pequenas bagas comestíveis, embora com pouca polpa, do tamanho de uma ervilha, que quando maduras são roxo negro, o que as torna semelhantes à ginja, daí o nome de ginjinha-do-rei.

Lineu, atribuiu o epíteto australis ao lódão-bastardo, por ser uma árvore do sul da Europa

Lineu, o grande naturalista e botânico sueco, atribuiu o epíteto australis à espécie lódão-bastardo ou agreira, por ser uma planta da região Meridional da Europa. Não confundir com o lódão-americano (Celtis occidentalis), que se distingue bem do lódão-bastardo (Celtis australis), por ter o ritidoma verrucoso, a página inferior das folhas é glabra, enquanto que o lódão-bastardo europeu tem o ritidoma quase liso com a página inferior das folhas revestida de pêlos compridos e macios.

 

 

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