Bupleurum fruticosum – Beleza

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Beleza, Mata-boi

BELEZA : ABREVIADO

A beleza ou mata-boi é um subarbusto discreto no seu meio natural que as mudanças climáticas irão certamente favorecer. Actualmente encontramos a beleza no distrito de Lisboa, de Setúbal e de Faro, e pontualmente nas zonas limítrofes. Menos discretos são os nomes comuns que o povo lhe deu. Beleza é para mim um mistério; não digo que não seja uma bela planta, pelo menos da beleza discreta que valoriza as outras, mas considerá-la bela a ponto de lhe dar o nome de “beleza”! Quanto a mata-boi, depois de ter procurado, não encontrei a origem deste nome, talvez uma certa relação muito longínqua com a Grécia Antiga.

É um subarbusto denso que chega aos 2,5 m de altura, de crescimento rápido; folhudo com um porte arredondado; tem folhas simples verde-azuladas ou acinzentadas de bela composição em jardins. Abundante floração de flores estreladas, de um amarelo brilhante, dispostas em umbelas verticais, melíferas, que atraem abelhas e outros insectos. Aprecia locais secos, agrada-se em todo o tipo de substrato. Pode sobreviver vários meses sem chuva e resiste às temperaturas negativas. Cultivado como arbusto ornamental ou em sebes devido à sua grande resistência à seca e à maresia, adapta-se a todas as zonas costeiras. Demais, depois de plantada, não exige grande manutenção.

 

 

Família: APIACEAE

Nome científico: Bupleurum fruticosum L.

Publicação: 1753

Grupo: folhosa perene

Nomes vernáculos: beleza, mata-boi

Hábito: subarbusto herbáceo, ramoso, que pode atingir 2,5 m, raramente mais; caules lenhosos na base e até cerca da metade do seu comprimento, erectos. Porte aberto ou divergente com cimo arredondado. Folhas perenes, inteiras, coriáceas, oblongas ou obovadas; verdes com tonalidades verde-azuladas e brilhantes. As flores amareladas e carnudas dispostas em umbelas vão de Abril a Outubro.

 

Folhas: folhas simples, inteiras, alternas, sésseis ou com curto pecíolo, coriáceas, elípticas, lanceoladas a ovais até 12 x 3,5 mm; cobertas por cutícula lustrosa, que permite à planta limitar a perda de água por evaporação. Verde-azulado e lustrosas na página superior e verde-claro na inferior; nervura central saliente, clara, bem marcada e as laterais, numerosas que correm até à margem do limbo com orlado translúcido.

Flores: flores hermafroditas, muito melíferas e perfumadas; pequenas com 5 pétalas amareladas, dispostas em umbelas terminais, convexas; com 5-20 raios de 1-6 cm, e 4-6 brácteas decíduas após a frutificação; umbelas de segunda ordem com a 4-6 bractéolas caducas.

A floração vai de Maio a Outubro, com maior intensidade de Julho a Agosto.

Frutos: aquénios de 6-7 mm. Frutifica de Setembro a Novembro.

Ritidoma: verrucoso e pardo-avermelhado.

 

Habitat: desenvolve-se em terrenos incultos, taludes, sebes, orlas de matas, matagais, pinhais e bosques; em locais soalheiros ou sob o coberto da vegetação circundante; prefere solos calcários, neutros ou ligeiramente ácidos; pedregosos, secos ou algo frescos; até 500 m (1200) de altitude. Possui enraizamento profundo. Rústica, resiste aos ventos fortes e marítimos e ao frio até – 12°/- 15° C. Vive vários anos.

Propagação: principalmente por semente, divisão do pé, estacas ou mergulhia

 

Distribuição geográfica: endémica da região mediterrânica Oeste e Central, da Península Ibérica à Grécia e Norte de África: Marrocos, Argélia e Tunísia. Ocorre em florestas mediterrânicas, matagais, taludes, na proximidade de riachos. Aceita todo o tipo de solo e zonas solarengas, secas, assim como aquelas com alguma humidade e sombra. Comum na P.I., excepto no centro e oeste.

Em Portugal: está limitada a algumas zonas dos distritos de Lisboa, Setúbal e Faro.

 

Usos: usada como planta ornamental e em paisagismo. Ideal em jardins da beira-mar, pois suporta bem a maresia ou borrifos; em jardins secos de solos rochosos, pobres e ingratos, ou ainda sob o coberto de pinheiros. Em sebes, agrupadas ou isoladas. Pouco exigente em manutenção.

 

A Beleza tem Caule lenhoso

É uma das raras plantas da família Apiaceae que possui caules lenhosos, pelo menos na base. Quase todas as outras espécies são ervas com excepção das espécies B. gibraltarium, B. foliosum, B. barceloi, B. fruticescens com as quais partilha caule lenhoso; estas aparentemente não se encontram no território português, mas existem na restante Península Ibérica.

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