Ilex aquifolium – Azevinho, Zebro

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Azevinho

 

Família: AQUIFOLIACEAE

Nome científico: Ilex aquifolium L.

Publicação: 1753

Grupo: folhosa perene

Nomes vernáculos: azevinho, zebro, azevinho-espinhoso, espinha-sempre-verde, pica-folhas, pica-ratos, teio, vidreiro, visqueiro

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Hábito: pequena árvore de folha persistente, porte médio de 6 a 8 m,  raramente 15 metros ou mais. Possui uma copa colunar larga, em geral densa. Os ramos verdes, inicialmente pubescentes, tornam-se depois glabros e brilhantes. As folhas, verde-escuras, são quase sempre espinhosas. O tronco é direito, os ramos horizontais, podendo os inferiores tocarem o solo, permitindo a sua propagação por mergulhia .

 

 

Folhas: de consistência coriácea, variáveis, são ovadas a lanceoladas, indo até 10 cm de comprimento e 5 de largura, brilhantes, verde-escuro na página superior, baças na inferior. As do tipo juvenil são onduladas e espinhoso-dentadas e as do tipo adulto são planas e inteiras.

A forma das folhas pode variar na mesma planta entre os ramos mais velhos e a parte inferior com folhas espinhosas enquanto que a parte superior e os ramos novos podem ter folhas desprovidas de espinhos.

Flores: floração de Abril a Junho. As flores de 6 a 8 mm nascem em pequenos grupos nas axilas das folhas. O cálice é constituído por quatro peças soldadas e uma corola branco-creme ou rosada com quatro lóbulos levemente soldados na base ou, então, quase livres. É uma espécie dióica, pois tem flores femininas e masculinas distribuídas por pés diferentes, sendo por isso as femininas as que aparecem com as drupas globosas, de um vermelho vivo.

Frutos: frutifica de Outubro a Dezembro. O fruto cujo diâmetro oscila entre os 7 e 10 milímetros é vermelho brilhante, com três a cinco pequenos lóculos no interior. É uma drupa baciforme globosa e lisa. O fruto amadurece no Inverno e pela sua cor torna-se muito vistoso, em contraste com as folhas verdes-escuro.

Os frutos possuem uma substância, a ilicina, que os torna tóxicos.

Gomos: verdes, pequenos e pontiagudos.

Ritidoma:  o caule e os ramos velhos são em geral cinzento-claro tornando-se levemente rugoso com a idade, enquanto que os ramos novos são verdes.

 

Habitat: é uma « árvore de sombra », pois suporta o coberto de árvores maiores. Crescimento lento. Indiferente ao tipo de solo tem a constante de preferir estações com pluviosidade alta ou média, bem como altitudes não indo além dos 1300 m.

Encontra-se no norte da Península Ibérica em bosques de carvalhos, em companhia de faias, azinheiras e pinheiros, nas zonas menos degradadas

Atinge a maturidade sexual por volta dos 10 anos e vive além dos 300 anos.

Propagação: propaga-se por semente, por estaca e renova bem pelo cepo.

 

Distribuição geográfica: cresce nos matos, bosques, sebes e valados da Europa Ocidental, Central e Meridional e Ásia Menor.

Em Portugal: encontra-se nas serras do Norte, centro e também Sintra e Monchique. Em geral ocorre isolado, raramente em bosquetes.

 

Usos: utilizada como planta ornamental e em sebes de jardins, pois suporta bem as podas frequentes.

Produz madeira branca, homogénea, pesada, de boa qualidade para ser trabalhada em marcenaria, e se tingida de negro, substitui o ébano.

 

O Azevinho uma relíquia da Era Terciária

A família das AQUIFOLIACEAS , tem uma repartição essencialmente tropical. O azevinho é a única espécie europeia, relíquia da flora existente no nosso continente durante a Era Terciária. A planta adaptou-se às novas condições ecológicas, o que em parte explica as suas folhas perenes, coriáceas e picantes.

O Azevinho ou Azevim da Ilha da Madeira

Na ilha da Madeira e nos Açores a espécie de azevinho é o Ilex canariensis ou Ilex perado, pequenas árvores ou arbustos que diferem da llex aquifolium,  pelas folhas ovadas, com 15 a 20 cm de comprimento, inteiras ou pouco dentadas, mais coriáceas, e pelo tamanho das flores e dos frutos que são menores. Teme o frio. Esta espécie é também espontânea nas Canárias.

Foi a partir desta espécie e da Ilex aquifolium, que se criaram a maioria dos híbridos existentes no comércio.

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Existem muitas variedades ornamentais. É uma árvore muito procurada na quadra Natalícia, a tal ponto que corre actualmente o risco de extinção, sendo totalmente proibida a sua colheita no nosso País.

O corte do azevinho no meio natural está proibido por lei – Decreto-Lei n.° 423/89 de 4 de Dezembro. A multa avulta entre 100 e 1000€, podendo atingir 10.000€.

Resiste à poluição urbana.

 

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