Daphne gnidium – Trovisco

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Trovisco, Trovisqueira, Erva-de-João-Pires, Trovisco-Fêmea

TROVISCO – ABREVIADO

O trovisco encontra-se em quase todo o território continental, facto que talvez explique a grande variedade de nomes que o povo atribuiu a este arbusto, como trovisqueira, gorreiro ou erva-de-joão-pires. É um belo arbusto com quase dois metros de altura, porte arredondado, folhudo que logo no início da Primavera começa a florir e frutifica enquanto novas flores aparecem.

 

 

DESCRIÇÃO

Arbusto perenifólio de 0,6 a 1-2 m de altura, muito ramificado desde a base, caule cilíndrico castanho-avermelhado e densamente folheados na parte superior, delgados, patentes, rígidos, mas flexíveis que formam um cimo arredondado. Folhas inteiras, lineares, verde-claro. Pequenas flores tubulares, brancas, dispostas em panículas terminais; a floração nunca é completa, mas prossegue enquanto as drupas verdes amadurecem e ficam cor de laranja. Toda a planta tem cheiro desagradável.

Folhas suberectas, simples, curtamente pecioladas, lineares a lanceoladas até 15-50 x 3-7 mm, uninervadas, acuminadas, alternas, subcoriáceas, frequentemente fasciculadas no topo do ramo; página superior do limbo, verde-claro e baças, a inferior é glauca e ponteada de glândulas odoríferas.

As inflorescências, panículas compostas por 10 a 60 flores, encontram-se em posição terminal. As flores tubulares, com hipanto pubescente, são brancas de 5 x 6 mm de comprimento, hermafroditas, apétalas têm 4 sépalas e 8 estames e bastante aromáticas. Embora a floração ocorra ao longo de boa parte do ano, tem maior intensidade de Maio a Outubro. Muitas das flores são caducas, não chegando a produzir frutos.

O fruto é uma drupa carnuda (baciforme), ovóide de 6 a 8 mm de comprimento, ligeiramente pubescente; verde primeiro, depois laranja brilhante, e negro por fim; reúne no seu interior uma única semente ovóide.

O ritidoma liso, é castanho-avermelhado, passando a acinzentado à medida que vai envelhecendo, com caules jovens densamente folhosos e pubescentes.

 

ECOLOGIA

Planta heliófila, frequente em bosques de quercíneas, na orla de matagais de substituição destes devido a incêndios, matos cespitosos e costeiros, quer em arribas, quer em dunas interiores, em zimbrais e sob coberto de pinhais. É indiferente edáfica, sendo mais frequente em solos ácidos, secos, pobres e pedregosos; exige lugares ensolarados, suporta dificilmente a sombra de outras plantas. Desenvolve-se até 800 (1200) m, tolerando temperatura de -5 °C. Tem crescimento rápido, mas longevidade desconhecida.

Reproduz-se por sementes (preferencialmente colhidas verdes e plantadas imediatamente), assim como por estaca.

 

 DISTRIBUIÇ­ÃO

É um endemismo da Região Mediterrânica. Sul da Europa: Grécia, ex-Jugoslávia, Itália, França, Espanha e Portugal; Norte de África: Marrocos, Argélia e Tunísia; Ásia Menor: Turquia.

Em Portugal continental, encontra-se espalhado um pouco por todo o lado, excepto nas terras de altitude. Ausente nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

 

USOS

O trovisco fora utilizado no fabrico de vassouras e remédios caseiros. É uma planta aromática, em que todas as partes são tóxicas para os humanos, sobretudo os frutos e a casca. No entanto, os frutos são muito apreciados pelos pássaros, nomeadamente faisões, tordos, melros e piscos.

O trovisco uma planta ornamental

O trovisco tem um forte potencial ornamental por valorizar. A sua folhagem de um belo verde-claro, as pequenas flores brancas, os frutos cor de laranja e a forma arredondada do porte, são características apelativas para compor um jardim. Quanto ao substrato, aceita-os todos, desde que bem drenados. Ao plantar o trovisco no seu jardim, fará um gesto a favor da biodiversidade, deverá, no entanto, prestar atenção ao local onde o vai colocar, pois como já dito, o trovisco é altamente tóxico.

 

ADICIONAL

 O Trovisco-louro (Daphne laureola)

O trovisco-louro ou lauréola-macha (Daphne laureola), faz parte da mesma família botânica que o trovisco que segundo a IUCN, está em perigo de extinção no território continental. O trovisco-louro só existe na Serra de Sintra e em três ilhas do arquipélago dos Açores (Pico, Terceira e São Miguel). A lauréola-macha distingue-se do trovisco (Daphne gnidium) por ter folhas obovado-lanceoladas de 6 a 12 cm, flores amareladas pouco aromáticas, de até 1,2 cm que aparecem de Janeiro a Maio, com hipanto até 0,9 mm e drupa negra.

Clique na ligação flora-on.pt para ver a ficha e imagens da lauréola-macha.

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A ingestão dos frutos do trovisco é altamente prejudicial para a saúde dos humanos. Toda a planta é tóxica.

Família: THYMELAEACEAE

Nome científicoDaphne gnidium L.

Publicação: 1753

Grupo: folhosa perene

Nomes vernáculos: trovisco, trovisqueira, gorreiro, erva-de-joão-pires, lauréola-macha, trovisco-fêmea, mezereão-menor,

 

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