Ruscus aculeatus – Gilbardeira

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Gilbardeira

 

Família: ASPARAGACEAE

Nome científico: Ruscus aculeatus L.

Publicação: 1753

Grupo: folhosa perene

Nomes vernáculos: gilbardeira, gilbarbeira, azevinho-menor, rusco, pica-rato, erva-dos-vasculhos, sazevinho-menor

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Hábito: pequeno arbusto perene, de porte compacto e arredondado, muito ramificado e emaranhado na parte superior; com rizoma rastejante, branco-acinzentado, de onde brotam numerosos caules erectos, rígidos e verdes, estes podendo atingir 1 m de altura. As folhas estão reduzidas a escamas pouco visíveis e substituídas por cladódios, ovados, terminados em espinho.

 

 

Folhas: estão reduzidas a escamas lanceoladas de poucos mm, membranáceas, passam despercebidas e desprendem-se rapidamente, de cuja axila emergem órgãos achatados, que não são folhas, mas ramos espalmados: cladódios, verde-escuros, alternos, sésseis, ovais ou lanceolados, coriáceos e espinescentes, no reverso dos quais despontam as flores e se formam os frutos.

Flores: espécie dióica, raramente monóica que floresce durante o Inverno e início da Primavera. As flores unissexuais, regulares, solitárias, muito pequenas, são esverdeadas tingidas de violeta, situam-se a meio da parte inferior do cladódio, com tépalas externas oblongas, obtusas, sendo as internas estreitamente oblongas. As flores masculinas têm os 3 filetes soldados e 3 estames amarelos, as femininas com um pistilo muito curto e estigma esférico.

Frutos: o fruto que aparece nos pés femininos, é uma baga globosa com 10 a 15 mm, verde primeiro, torna-se vermelho-intenso brilhante quando madura entre Agosto e Março, contém uma a três sementes amarelas. As bagas são tóxicas.

Gomos:

Ritidoma: caule rígido e glabro, possui um ritidoma verde-escuro com estrias longitudinais.

 

Habitat: aceita praticamente todo o tipo de substrato, de preferência em locais frescos e sombrios, contudo não aguenta os frios e geadas das altitudes mais elevadas, podendo ocorrer até 700 m. É frequente nos bosques de quercíneas e de outras folhosas, em sebes, matos e areias litorais. Tolera razoavelmente a seca.

Vive para além dos 20 anos.

Propagação: propaga-se por semente e por reprodução assexuada aquando da separação do rizoma.

 

Distribuição geográfica: comum na parte atlântica e mediterrânica da Europa e Norte de África; prospera à sombra protectora das árvores.

Em Portugal: encontra-se em quase todo o País, continente e arquipélago dos Açores.

 

Usos: planta, que devido ao contraste verde-escuro do conjunto com as bagas vermelhas, possui um belo efeito ornamental. Muito utilizada nos arranjos da época natalícia, a sua colheita excessiva na natureza, levou as autoridades europeias a integrá-la na lista de espécies de interesse comunitário com estatuto de protecção na Directiva-Habitat-Fauna-Flora, 1992.

A indústria farmacêutica extrai da gilbardeira uma substância: a ruscogenina, utilizada no tratamento anti-hemorróide e anti-varicoso.

Por ser uma planta muito resistente, dela se faziam vassouras, os vasculhos, que eram utilizadas para limpar chaminés.

 

OUTRAS  ESPÉCIES DE GILBARDEIRA

Além da gilbardeira – Ruscus aculeatus – comum entre nós, existem mais cinco espécies e ainda um maior número de subespécies: Ruscus colchicus (comum no Cáucaso), Ruscus hypoglossum (Europa Central e Sudeste, Turquia), Ruscus hypophyllum (África do Norte, P. Ibérica, Madeira), Ruscus microglossus (Europa do Sul), Ruscus streptophyllus (endemismo madeirense).

Pode visualizar estas espécies no seguinte sítio:

http://gardenbreizh.org/photos/karlostachys/album-16968.html

Quanto à Semele androgyna, separada da família Ruscus (ex Ruscus androgynus), devido a uma diferença na constituição da flor, é um endemismo nos arquipélagos da Madeira, dos Açores e das Canárias.. Vejam como é, indo à seguinte morada web: www.plantes-ornementales.com/s-androgyna.html

 

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