Fraxinus ornus – Freixo-florido

grupo de sâmaras em maturação, com gemas negro-aveludado et coroa de folhas na parte superior do raminho de freixo-europeu - Fraxinus excelsior
Fraxinus excelsior – Freixo-europeu
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Geranium maderense – Gerânio-da-madeira
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Freixo-Florido

FREIXO-FLORIDO : ABREVIADO

O freixo-de-flor é uma árvore caducifólia mediterrânea que não faz parte da flora nativa portuguesa, no entanto, faz parte da flora ibérica sendo autóctone nas serras Levantinas de Alicante, Valência até à Catalunha. Exceptuando a área natural, é possível encontrar o freixo-florido, em parques e jardins públicos ou privados, pois é notável pela abundante floração perfumada, além de proporcionar uma agradável sombra.

De todos os freixos europeus, é o que possui floração digna desse nome. Cobre-se de flores em panículas brancas, dando um aspecto vaporoso e levemente perfumado a esta pequena árvore, cuja brancura sobressai dos verdes que já vestem o arvoredo rodeante.
A este freixo, também se dá o nome de freixo-do-maná. De facto, do seu tronco exsuda seiva que acaba por solidificar e que se aparenta com o maná bíblico.

 

Família: OLEACEAE

Nome científico: Fraxinus ornus L.

Publicação Hábito : 1753

Grupo: folhosa caduca

Nomes vernáculos: freixo-florido, freixo-de-flor, freixo-das-flores, freixo-do-maná, freixo-orneiro, orneiro, freixo-de-folhas-redondas, freixo-florífero

Hábito: pequena árvore caducifólia de 5 a 10 m, que pode ultrapassar 15 metros de altura, apresenta tronco recto, curto, ramificado a escassa altura, liso e cinzento, o que o diferencia dos outros freixos europeus; copa ampla, arredondada a irregular e densa. Pernadas baixas, grosas e ascendentes; ramos roliços cinzentos e glabros; gemas ovadas, cinzentas e densamente tomentosas.

 

Folhas: folhas caducas, opostas, imparipinuladas de 12 a 30 cm de comprimento, pecíolos de 3 a 8,8 cm, com (5)7 a 9 folíolos de 4 a 7 cm de tamanho por 2 a 4 cm de largura, sendo o terminal maior; estes são ovados a lanceolados, com margens finamente denteadas, vértice acuminado; página superior verde-claro e glabra, a inferior verde-mate geralmente pubescente-ferruginosa junto às nervuras. A folhagem torna-se amarela ou vermelha, no Outono, antes de cair.

Flores: floração androdióica, como a do lentisco (Phillyrea angustifolia), branca, creme ou branca-esverdeada, muito vistosa, aparece em inflorescências compactas, algo erguidas, dispostas em panículas terminais ou axilares de 10 x 20 cm, conjuntamente com as folhas, ou depois, em Abril-Maio. As flores simples, são formadas por um cálice dividido em 4 lóbulos profundos, corola com 4 pétalas longas de 15 mm e delgadas, 2 estames com filamentos alongados e anteras. Possuem um agradável aroma.

Frutos: sâmara achatada, elíptica, indeiscente e alada o que facilita a disseminação; de forma linear-lanceolada a oblongo-lanceolada, ligeiramente espatulada de 2 a 3 cm de comprimento; ápice agudo ou truncado. Frutos pendentes em cachos que permanecem na árvore até ao Inverno. Frutifica em Outubro.

Gomos: grandes gemas ovadas, de cor cinzento-acastanhado a cinzento-púrpura e densamente tomentosas.

Ritidoma: inicialmente a casca é lisa e alvacenta, depois com o tempo, torna-se verrugosa com pequenas gretas. A cor do ritidoma permanece cinzento.

 

Habitat: árvore natural dos países do norte da região mediterrânica que requer plena-luz, embora se desenvolva também com menor vigor, na meia-luz. O freixo-de-flor é uma espécie com certa resistência à seca, capaz de se desenvolver em solos pobres calcários ou xistosos, mas profundos; porém, prefere ambientes montanhosos, de clima suave e não muito seco no Verão, solos frescos adjacentes a linhas de água, onde forma pequenos bosques. Desenvolve-se entre os 100 e os 1400 m de altitude, com maior frequência acima dos 600 m de altitude; resiste ao vento e ao frio, até -15 a -20 °C.
O sistema radicular pivotante, é profundo e bem desenvolvido. O crescimento é considerado médio a rápido. É uma espécie que alcança os 200 anos de idade, ou mais. Possui boa resistência ao vento. Nas regiões de onde é oriundo coloniza habitats degradados, sendo usado em reflorestação de áreas degradadas. Boa adaptação ao nosso clima.

Propagação: propaga-se por semente, que germina no segundo ano, multiplica-se também por mergulhia. Transplante difícil que deve ser feito no Inverno. Renova pelo cepo.

 

Distribuição geográfica: o freixo-das-flores está espalhado pelo Sul da Europa até ao Sudoeste da Ásia, desde o Leste da Península Ibérica, com alguns enclaves no Sul da França, Córsega e Sardenha, Itália, Áustria, República Checa e Bálcãs, passa pelo território Turco e atinge a Síria e o Líbano.

Na Península Ibérica encontra-se principalmente nas serras do nascente meridional.

Em Portugal: o freixo-florido não faz parte da flora autóctone, mas segundo Floraiberica, encontra-se ocasionalmente na Beira-Alta, onde teria sido introduzido.

 

O Freixo-florido tem um forte potêncial em Reflorestação

É um dos freixos que maior valor ornamental tem na paisagem, em parques, jardins e arruamentos; quanto à madeira, esta é julgada como de excelente qualidade: possui grão fino é elástica e dura, características que lhe valem ser plantado ocasionalmente como árvore florestal. Os profissionais da silvicultura, consideram este freixo uma espécie pioneira, resistente às difíceis condições climáticas, portanto, adequada para o reflorestamento de solos debilitados, áridos e secos.

 

Maná do Freixo-florido

O freixo-das-flores, possui também a particularidade de exsudar seiva, a esta quando seca, dá-se o nome de maná. A seiva escorre espontaneamente ou por incisão, do tronco ou dos ramos de diferentes espécies de árvores, entre as quais o freixo-do-maná. A seiva ao entrar em contacto com o ar, cristaliza. Este tipo de açúcar tem variadas utilizações: como adoçante para pessoas intolerantes ou alérgicas ao açúcar, no fabrico de vários medicamentos e no fabrico de resinas. O freixo-florido continua hoje em dia, a ser cultivado na Sicília e na Calábria para a produção de maná.

Resiste à poluição urbana.

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As populações ibéricas de freixo-florido

As populações ibéricas de freixo-de-flor, têm grande valor biogeográfico, visto que constituem uma população disjunta do maior núcleo encontrado no Mediterrâneo Oriental. Aparentemente, as únicas populações autóctones são as que se encontram nas montanhas do Levante, principalmente no norte de Alicante e no sul de Valência. As restantes populações ibéricas são assilvestradas ou o resultado de repovoamentos específicos.

– Ecologia:

toda a planta é um importante contributo para a fauna.

♦ Os mamíferos como veados, ovelhas, e mais, pastam a folhagem, que serve também de forragem para o gado,
◊ as sementes são apreciadas pelos pássaros granívoros, esquilos e pequenos mamíferos,
♦ a casca do tronco é roída por lebres,
◊ por fim, as folhas produzem um excelente húmus.

– Alimentação

♦ No passado, as sâmaras depois de rapadas, eram consumidas em saladas, assim como as folhas.

 

 

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