Quercus coccifera – Carrasco

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Quercus canariensis – Carvalho-de-monchique
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glandes de carvalho-português - Quercus faginea subsp. broteroi
Quercus faginea – Carvalho-português, Carvalho-Cerquinho
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Carrasco

 

Família: FAGACEAE

Nome científico: Quercus coccifera L.

Publicação: 1753

Grupo: folhosa perene

Nomes vernáculos: carrasco, carrasqueiro, carrasqueira, carrasquinha, carrasco-galego

 

Hábito: arbusto que só excepcionalmente atinge porte arbóreo, raramente indo além dos 3 m, com copa ampla e densamente ramificada desde a base. Ramos principais numerosos, ascendentes e muito divididos; raminhos pubescentes, castanho-amarelados, com tomento estrelado, ralo e caduco. As folhas são persistentes, glabras e rígidas. Tronco tortuoso, curto liso e acinzentado. Comum em toda a Bacia Mediterrânica.

 

Folhas: persistem 2 a 3 anos, de forma oblonga ou obovada com 5 a 8 nervuras secundárias, a margem é serrada a dentada e espinhosa com 4 a 6 pares de dentes termina com um ápice, (dentado-espinescentes); têm cerca de 3 cm de comprimento ou mais, muito coriáceas, glabras e luzidias nas duas faces (sem pêlos), sendo verde-escuro na página superior e verde-amarelado na inferior.

Flores: espécie monóica, floração de Abril a Maio. As flores masculinas formam amentilhos, curtos, pendentes e amarelos e as femininas solitárias ou reunidas por 2 nas axilas das folhas. Frutifica em Agosto do ano seguinte.

Frutos: glande ovado-lanceolada, com cerca de 3 cm, termina em ponta rígida, tem pedúnculo curto de 4 a 12 mm, está inserida numa cúpula eriçada de escamas salientes, sendo as da base geralmente reviradas para trás, ou mesmo espinhosas. Maturação bienal.

Frutifica a partir dos 3 anos.

Gomos: pequenos de 1 a 2 mm, ovóide-globosos, castanhos e glabrescentes.

Ritidoma: cinzento liso e mate, por vezes tenuemente fendilhado verticalmente nos indivíduos mais velhos.

 

Habitat: é uma espécie de luz, heliófila, intolerante ao ensombramento, sóbria, muito bem adaptada aos estios escaldantes e secos da região mediterrânica, mas evita a beira-mar.

Possui excelente adaptação aos solos pobres, pedregosos e secos, especialmente os calcários que protege da erosão.

 

Propagação: propaga-se por semente e renova vigorosamente pelo cepo.

Crescimento lento, com longevidade indeterminada, provavelmente vários séculos.


 

Distribuição geográfica: originária do sul da Europa, é espontânea em toda a região mediterrânica.

Em Portugal: comum no centro e sul de Portugal, nomeadamente nos baldios e encostas, outrora cobertas de outras quercíneas; a sua expansão é favorecida pela degradação do manto arbóreo.

 

Usos: a madeira do carrasco é semelhante à da azinheira, de boa qualidade, muito sólida, dura e pesada, que devido à dimensão reduzida dos caules, não tem praticamente nenhum aproveitamento.

 

 

Devido à persistência dos ramos mortos e secos na planta, o carrasco facilita a propagação dos fogos, estes por sua vez favorecem a sua expansão, planta que possui um enraizamento muito profundo, permitindo-lhe rebentar vigorosamente da touça e raízes depois dos fogos.

As suas características morfológicas e ecológicas são das que melhor definem a vegetação degradada da Bacia do Mediterrâneo.

Resistente à poluição urbana

 

As Galhas Vermelhas do Carrasco

Pode-se observar nos ramos do carrasco pequenas « bagas » vermelhas que não são um fruto, mas a reacção da planta à picadela de um insecto, Kermococcus vermilio, lagarta que provoca galhas ou excrescências vermelhas e outrora utilizadas, uma vez secas e reduzidas em pó, em tinturaria.

Galhas vermelhas - Carrasco, Q. coccifera

 

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