Alnus glutinosa – Amieiro

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Amieiro

 

Família: BETULACEAE

Nome científico: Alnus glutinosa (L.) Gaertner

Publicação: 1790

Grupo: folhosa caduca

Nomes vernáculos: amieiro, amieiro-comum, amieiro-vulgar, alno

 

Hábito: Árvore com tronco erecto de porte mediano que pode atingir 30 m de altura, ritidoma pardo-acinzentado, pernadas tortuosas com ramificações delgadas e raminhos angulosos e glabros; se isolada tem forma cónica com o cimo agudo enquanto jovem, com a idade, a copa pouco densa, passa a ser arredondada e irregular.

« Glutinosa« , porque possui os gomos viscosos.

 

Folhas: caducas, simples, pecioladas, verde-escuro brilhante na página superior e verde mais claro na página inferior, têm a base em cunha e o vértice do limbo chanfrado, são ligeiramente orbiculares com 4 a 10 cm de comprimento, 7,5 cm de largura e 5 a 8 pares de nervuras laterais; as margens são duplamente dentadas com longos pêlos amarelos nas axilas das nervuras.

Flores: formadas desde o Outono, surgem antes das folhas. Masculinas, em amentilhos cilíndricos, pedunculadas, pendentes, de 10 cm, de cor púrpura até ao Inverno; verdes na Primavera  em grupos de 2 ou 3; as femininas, ovóides, agrupadas em pequenas inflorescências pedunculadas, de cor vermelho-púrpura quando jovens, tornando-se depois verdes. Ambas coexistem no mesmo pé e florescem entre Fevereiro e Março, antes da folheatura que ocorre entre Abril e Maio.

Frutos: pequenos cones globosos com pedúnculo vermelho, de 1 a 2 cm de comprimento, primeiro verdes e depois castanho-escuros; contêm 2 pequenas sementes na base de cada escama: sâmaras com uma asa estreita que se dispersam no Outono. Frutificação regular e abundante.

Gomos: ovóides, muito viscosos, castanho-violáceos, glabros, peciolados, com uma escama recobrindo as outras.

Ritidoma: liso e lustroso cinzento-escuro durante os primeiros 20-30 anos, torna-se progressivamente pardo-anegrado, primeiro dividido em largas placas e depois com profundas fendas longitudinais sem descasque.

 

Habitat: é uma « árvore de plena luz », sendo um dos principais constituintes dos bosques ripícolas; exige solo rico em humidade de preferência ácido, pobre em calcário e de textura médio-compacta .

Tem por habitat as zonas temperadas da Europa, bosques húmidos, margens de cursos de água, lagos, planícies e baixas montanhas até 1200 m de altitude.

Propagação: por semente, por estaca ou por mergulhia, também rebenta bem pela touça.

Crescimento rápido, mas fraca longevidade, raramente ultrapassa os 120 anos, resistente ao frio.

 

Distribuição geográfica: originária da Europa, Oeste da Ásia e Noroeste de África

Em Portugal: espontâneo em quase todo o território.

 

Usos: o amieiro é uma espécie que pode também ser ornamental, embora frequente nas margens dos cursos de água, e nos terrenos húmidos ou pantanosos, deveria ser usado na arborização de terrenos encharcados e na constituição de sebes, em particular ao longo das linhas de água em substituição das canas e caniços que invadem as margens dos cursos de água em Portugal, impedindo a luz de chegar ao leito, além de as fragilizar. As suas raízes impedem a erosão das margens dos cursos de água, comportam-se como barreiras naturais, evitando a construção de muros; inclusivamente, abrigam uma fauna inúmera e necessária ao equilíbrio ecológico destes meios.

Espécie quase sempre cultivada em talhadia. Produz madeira clara e homogénea, que sob a acção do ar, após o corte, pode tender para o vermelho. Muito apreciada no fabrico de pequenas peças, brinquedos, construção naval e mais.

Resiste à poluição urbana.

Simbiose entre o amieiro e bactérias

As raízes do amieiro têm a característica de apresentar nódulos de bactérias fixadoras de azoto atmosférico, que fornecem à árvore este nutriente em forma de nitratos; a planta por sua vez, satisfaz as necessidades em matéria orgânica das bactérias.

Fazem também parte da mesma família das Betulaceae, as bétulas, as carpas e as avelaneiras. Todas estas espécies necessitam humidade regular do solo.

 

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