Acer platanoides – Bordo-da-noruega

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Bordo-da-noruega

BORDO-DA-NORUEGA : ABREVIADO

O bordo-da-noruega é uma árvore florestal que tolera baixas temperaturas e que se encontra em quase toda a Europa. Adapta-se facilmente aos diferentes ecossistemas, preferentemente montanhosos, onde vai até aos 1800 m de altitude, ou planícies. Isto, tanto no norte como no centro europeu, mas ocorre apenas no sul em zonas de altitude, onde naturalmente procura solos ricos e húmidos.

De cimo abobado com ramagem difusa, possui um fuste recto, cinzento e ligeiramente fendilhado que nunca se descama. As suas folhas muito parecidas com as dos plátanos, possuem 5 a 7 lóbulos agudos. Estes elementos ajudam a distingui-lo do seu parente, o padreiro. Árvore ornamental, cujos cultivares são utilizados frequentemente em parques, estradas, caminhos ou margens de rios e de canais; devido à soberba folhagem dourada, vermelha ou roxa que exibem no Outono.

 

 

 

Família: SAPINDACEAE

Nome científico: Acer platanoides L.

Publicação: 1753

Grupo: folhosa caduca

Nomes vernáculos: bordo-da-noruega, ácer-da-noruega, ácer-plátano

Hábito: espécie arbórea caducifólia de porte elevado, até 30 m de altura. É muito semelhante ao bordo ou padreiro (Acer pseudoplatanus), com o qual pode ser confundido. Tem copa ovóide-esférica, ampla, com ramificações pouco densas; pernadas robustas erecto-patentes, ramos erectos, raminhos curtos pardo-esverdeados e glabros. Tronco recto e grosso até 1 m de diâmetro; este primeiro liso e acinzentado torna-se depois estriado e castanho-escuro.

Como nos outros bordos, os rebentos e pecíolos do bordo-da-noruega, produzem após uma lesão, um líquido branco leitoso.

 

Folhas: caducas, simples, opostas, palmadas, glabras, de base cordiforme, não-coriáceas; longo pecíolo glabro até 20 cm, verde, raramente vermelho; lâmina com 12 a 20 cm, de 5-7 lóbulos irregulares, acuminados e bastante agudos; sendo os dois lobos basais de tamanho inferior aos restantes; margens serradas, providas de dentes agudos; verde-escuras e brilhantes em ambas as faces, a inferior levemente baça com pubescência na axila dos nervos principais.

Flores: espécie monóica com inflorescências corimbiformes de 4 a 6 cm de diâmetro, erectas, ramosas; pediceladas, composta por 20 a 40 pequenas flores de 0,8 a 1,2 cm; polígamas, intensamente amarelo-esverdeado no extremo dos ramos, com 5 sépalas, 5 pétalas e 8 estames inseridos na margem interna do disco nectarífero; aparecem antes ou com o desabrochar das folhas entre finais de Março e Maio. Flores muito melíferas.

Frutos: fruto seco, algo achatado, indeiscente e monospérmico. Dissâmaras divergentes de 4-7 cm de comprimento, glabras, planas, lisas, com asas membranosas quase horizontais, ou por vezes curvadas para o exterior e alargando-se em direcção do ápice, formam entre elas um ângulo obtuso, de 140°-160°; verde-amareladas a avermelhado quando imaturas, tornam-se castanhas uma vez maduras. Persistem na árvore uma parte do Inverno.
Frutificação em Setembro e Outubro, a partir dos 15-20 anos.

Gomos: gemas grandes, ovóides, com poucas escamas, de 0,8-1 cm. As laterais, opostas, mais pequenas e verdes; a gema terminal, maior, tem coloração vermelha-violácea.

Ritidoma: liso ou estriado, é acinzentado em jovem. Com o tempo, torna-se cinzento escuro ou castanho-avermelhado e fendilha-se em placas longitudinais; sem esfoliação, inclusivo nas árvores mais idosas.

 

Habitat: espécie de clima atlântico ou continental, que pode ser pioneira em terrenos húmidos. Cresce nas montanhas e planícies europeias; tolerando nos primeiros anos coberto, depois requer plena luz. Encontra-se disseminada entre as outras árvores caducifólias, bosques, margens de rios, vales sombrios e frios, mas aprecia verões quentes e humidade atmosférica; raramente constitui bosquetes ou povoamentos puros. Desenvolve-se em todos os tipos de substratos, desde que profundos, ricos em nutrientes com humidade suficiente, mas teme os compactos e filtrantes. Possui enraizamento profundo e divergente. Frequentemente é plantada como árvore florestal. Ocorre até 1500-1800 m de altitude; resistente ao vento e ao frio até -30 C°.

Propagação: propaga-se por semente, produzida em abundância, rebenta de touça; naturaliza-se facilmente em condições favoráveis.
Crescimento rápido, 10 m em 20 anos, com uma longevidade de 300 a 500 anos.

 

Distribuição geográfica: presente em quase toda a Europa, dos Pirenéus à Rússia ocidental e do sul da Escandinávia à Grécia; naturalizado nas ilhas britânicas, (mas ausente em quase toda a P. Ibérica, excepto as montanhas dos Pirenéus, montanhas Cantábricas, onde é rara, e oesta da França); norte da Turquia (Anatólia), Cáucaso, Arménia e sul do mar Cáspio, Irão.

Em Portugal: espécie naturalizada principalmente no Minho; margens de rios e zonas de encharcamento temporário.

 

O bordo-da-noruega: árvore florestal e ornamental

o bordo-da-noruega, espontâneo ou plantado, é um elemento importante das florestas mistas dos países do norte e centro da Europa. As províncias do norte, de clima atlântico (Minho, Douro-litoral e Beira-litoral), têm condições para o cultivo desta acerácea.

Também é plantada como árvore ornamental ou de arruamento. No Outono, a sua folhagem assume coloração amarela, laranja, ou carmim, sempre de um belo efeito. Esta característica, levou jardineiros e botânicos a seleccionar variedades ornamentais que têm colorações outonais vivas e luminosas, muito apreciadas em jardins públicos e particulares.


Possui madeira de boa qualidade, clara, branco-amarelada ou avermelhada, homogénea, fácil de trabalhar; grão fino com um bom polido; pesada, com densidade de 0,5 a 0,7 kg/dm³. Utilizada em marcenaria, torneamento, carpintaria, fabrico de instrumentos musicais, móveis, decoração e revestimentos.

Resiste à poluição urbana.

 

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